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Advocacia 5.0

  • Foto do escritor: Burtet e Marocco
    Burtet e Marocco
  • 27 de abr. de 2022
  • 3 min de leitura


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A Advocacia 5.0 tem como foco o equilíbrio entre os seres humanos e a tecnologia em busca da solução de problemas sociais por meio de alternativas digitais e inteligentes. Surgiu a partir do conceito de Sociedade 5.0, divulgado no Japão.


Em um contexto holístico de sociedade digital, ao alternar o modo de trabalho e a manipulação dos dados referentes ao comportamento humano, tais transformações trazem benefícios econômicos. Surgem, também, novos modelos de mercado, com foco no comprometimento com geração de valor. As organizações passam a ser mais descentralizadas, e o desenvolvimento tem um caráter harmônico e empático.


O meio jurídico também caminha nesse sentido, rumo ao Direito 5.0 e à Advocacia 5.0. Junto a esses modelos, vêm novas formas de trabalho, de gerenciamento e entrega de valor ao cliente.


Expectativas em relação à Sociedade 5.0 e à Advocacia 5.0


A era da Sociedade 5.0, também chamada de “sociedade super inteligente”, é impulsionada por tecnologias digitais, como a análise de Big Data, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas e robótica.


O conceito foi apresentado em janeiro de 2016, pelo governo japonês, no lançamento do 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia. Formulado pelo Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação (CSTI), o plano consiste em uma estratégia nacional de cinco anos. O objetivo é, nesse período, utilizar as tecnologias criadas no período da 4ª Revolução Industrial a favor da convergência, visando dar mais qualidade às necessidades humanas. Com isso, espera-se resultados satisfatórios em diversos setores da vida.


Essa nova era surge invertendo os valores e quebrando paradigmas, em busca de equilibrar o avanço econômico e a resolução de problemas sociais com alternativas totalmente sustentáveis. A ideia é conseguir beneficiar a população transformando costumes para que as pessoas consigam se adaptar à “sociedade super inteligente” e realizar qualquer tarefa com o auxílio de tecnologias de conectividade e rastreabilidade.


O impacto da Inteligência Artificial no Japão é um pilar importante para a Sociedade 5.0. Isso porque traz práticas de desenvolvimento e de uso da informação por meio de áreas como saúde, mobilidade e produtividade.


Assim, são notórios os avanços para aumentar a longevidade humana, ou até mesmo curar doenças extremas. Já em relação à organização dos espaços e das cidades, surge a mobilidade personalizada e o planejamento de cidades conectadas e inteligentes, possibilitando mais segurança pública. Também são foco as desigualdades sociais e os problemas ocasionados pelos desastres naturais.

Por vezes, surgem apontamentos sobre as transformações no mercado jurídico que afirmam que o profissional da área poderá ser substituído por ferramentas de automação, Inteligência Artificial, plataformas de resolução de conflitos online (ODRs), dentre outras tecnologias disponíveis no mercado. Uma realidade temida por muitos profissionais do direito.


O impacto da tecnologia já é aplicado nos processos internos, especialmente na gestão de escritórios de advocacia, em bancos de dados, na gestão de processos judiciais e nas leituras de decisões judiciais. Essa última por meio de algoritmos que categorizam e exportam dados dos processos, construindo o perfil decisório do juiz específico.


O papel do advogado do futuro deverá ser estratégico, a fim de:

· Supervisionar as máquinas para que investiguem recomendações cada vez mais assertivas;

· Validar o sistema matemático para a avaliação de quais teses poderão ser aplicáveis, aprofundando, assim, seu conhecimento;

· Verificar pontos favoráveis, através de brechas jurídicas, em busca do sucesso na causa.


Com isso, poderá criar teses próprias, com controle mais detalhado sobre as decisões judiciais e sabendo, de imediato, quantas vezes aquela vara ou aquela turma já julgou a mesma matéria.


Os sistemas de inteligência artificial de fato se sobressaem frente à identificação de padrões, linguagem natural, eliminação de preconceitos e capacidade de armazenar grandes volumes de dados. Porém, atuarão como super assessores, complementando as habilidades dos advogados, mas jamais substituindo-os.


Desta forma, os profissionais que já estão transformando a sua advocacia e utilizando as novas possibilidades estão um passo mais próximos dessa nova realidade. Já aqueles advogados executores de atividades repetitivas e que pouco usam o seu potencial cognitivo, de fato, deverão desenvolver outras competências, como relacionamento interpessoal com cliente.


O papel do advogado 5.0


Como advogados 5.0, precisamos ter uma conduta de protagonistas de um meio ambiente sustentável e em conformidade com as legislações.


Devemos fazer isso, principalmente, por meio das relações interpessoais, para que não percamos o senso de conexão social e de interação. Desta forma, é essencial praticar a ética aliada à tecnologia, desenvolver a criatividade, prezar pela inclusão social e o ter um olhar sistêmico para encontrar soluções mais rápidas aos problemas de clientes. Na era da Sociedade 5.0, qualquer produto ou serviço será entregue de forma ideal à sociedade e adaptado às necessidades das pessoas.


Ao mesmo tempo, com o surgimento da Advocacia 5.0, teremos novos desafios sociais. Por exemplo, a polarização social, o despovoamento e as instalações relacionadas à energia e ao meio ambiente.

 
 
 

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